Acessos de
raiva podem aumentar o risco de infarto
Estudo
realizado na Austrália confirma que a raiva pode agir como gatilho para um
ataque cardíaco
25/02/2015
Discussão com familiares ou com
terceiros e raiva no trabalho ou no trânsito são apontados como as principais
causas da raiva aguda.(ThinkStock/VEJA)
Cientistas
descobriram que o risco de uma pessoa infartar até duas horas após um episódio
de raiva intensa é 8,5 vezes maior do que após "níveis normais" de
raiva. O estudo, realizado com 313 pacientes, foi publicado na segunda-feira,
no periódico European Heart Journal: Acute Cardiovascular Care, da
Sociedade Europeia de Cardiologia.
Os
pesquisadores chegaram a esta conclusão após pacientes com diagnóstico
confirmado de infarto responderem a uma autoavaliação sobre seu nível de raiva
até 48 horas antes do ataque. A escala do questionário variava entre um (calmo)
e sete (enfurecido, fora de controle, atirando objetos, prejudicando a si ou a
outras pessoas). Os níveis de um a quatro foram considerados
"normais" e o nível cinco (muito irritado, o corpo tenso, talvez os
punhos cerrados, pronto para estourar) foi definido como o limiar de raiva
intensa.
As
respostas dos participantes mostraram que 2,2% dos pacientes alcançaram um
estado de raiva de, no mínimo, nível cinco, nas duas horas precedentes ao
início dos sintomas. "Embora o risco de qualquer acesso de raiva
desencadear um ataque cardíaco seja baixo, os dados demonstram que o perigo é
real", afirmou Thomas Buckley, pesquisador da Universidade de Sidney, na
Austrália.
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De
acordo com os autores, este estudo confirma o que já havia sido sugerido
anteriormente: a raiva pode agir como gatilho para um infarto. Diante disso,
eles alertam que é necessário considerar estratégias para proteger indivíduos
que correm um risco maior durante momentos de raiva aguda.
Principais
causas - Os eventos mais relatados pelos
pacientes como desencadeadores de sua raiva intensa foram: discussão com
familiares ou com terceiros e raiva no trabalho ou no trânsito. "O aumento
do risco de um infarto ocorrer após episódios de raiva ou ansiedade intensa é
provavelmente o resultado do aumento da frequência cardíaca e da pressão
arterial no organismo", explicou Burckley.
Para
os investigadores, descobertas como essa coincidem com as evidências de que
fatores psicológicos agudos ou crônicos influenciam na causa de infarto, morte
súbita e acidente vascular cerebral (AVC).Como
prevenir um infarto
Controlar
os níveis de colesterol
Um
dos principais fatores para evitar acúmulo de gordura na parede das artérias (a
chamada aterosclerose) é controlar os níveis de colesterol. Enquanto o
colesterol ruim (LDL) deposita gordura na parede das artérias, o colesterol bom
(HDL) leva o excesso de gordura para o fígado, de onde ele será eliminado pelo
intestino.
Taxas
saudáveis de LDL e HDL evitam a formação de placas de gordura, que causam
coágulos. “A aterosclerose diminui o calibre do vaso e pode levar até à
obstrução do fluxo sanguíneo. Ou ela pode criar uma fissura que exponha o
núcleo da placa de gordura. Essa parte, ao entrar em contato com o sangue,
origina o coágulo”, explica o cardiologista Cesar Jardim, responsável pelo
Clinic Check up do Hcor Diagnóstico, em São Paulo.
Seguir uma dieta pobre em gordura
saturada e rica em fibras, praticar atividade física e parar de fumar são
medidas que ajudam no controle do colesterol.