sexta-feira, 4 de março de 2016

Ricardo Coutinho critica espetacularização da Justiça na Operação Lava Jato

O governador afirmou que a ação da Polícia Federal que conduziu Lula para prestar depoimentos extrapolou os limites do bom senso e da apoliticidade necessárias para este tipo de investigação


 Por: Flavio Asevêdo



RC encontro NordesteO governador Ricardo Coutinho (PSB) criticou a postura adotada pela Polícia Federal e os desdobramentos da Operação Lava Jato que, na sua 24ª fase, culminaram na condução coercitiva do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para prestar depoimentos na manhã de hoje. De acordo com o socialista, o processo de investigação do esquema bilionário de lavagem de dinheiro e evasão de divisas na Petrobras extrapolou os limites do bom senso e da apoliticidade necessárias para este tipo de investigação e espetacularizou a justiça e política brasileira.
Ricardo Coutinho tem se destacado como um dos governadores do país que mais defende o governo petista de Dilma Rousseff (PT) e tem, inclusive, uma reunião agendada para hoje com a presidente. Segundo ele, no caso das ações da Operação lava Jato, direitos fundamentais estão sendo ignorados e “nobres e necessários objetivos legalistas cada vez mais se confundem com desejos e estratégias de correntes políticas e de algumas elites econômicas retrogradas”.
Segundo o governador da Paraíba a espetacularização está refletida nas proporções midiáticas da cobertura dada ao fato. “Acho que se extrapolou, definitivamente, os limites do bom senso e da apoliticidade que deve conduzir um processo como esse. Ontem, um ex-presidente, com endereço fixo, se colocava à disposição da justiça para depor. Hoje, um verdadeiro aparato policial foi montado para conduzir coercitivamente esse ex-presidente para depor sob a mira da grande mídia que comanda e tenta de todas as formas ressuscitar  protestos contra um governo”, destacou.
O socialista ainda deixou claro que sua posição não deve ser compreendida como a de um defensor da impunidade. Para ele, a possível relação entre os interesses dos grandes grupos de comunicação do país com a justiça é grave. “Essa simbiose é muito perigosa para o Estado Democrático de Direito. Não se trata de defender a impunidade. Se trata de ser contrário a toda uma clara e evidente manipulação que está ocorrendo nos direitos fundamentais”, afirmou.

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