terça-feira, 16 de dezembro de 2014

France Presse
16/12/2014 06h54 - Atualizado em 16/12/2014 13h54

Talibãs matam mais de 100 pessoas em escola no Paquistão

Pelo menos 126 pessoas morreram, a maioria estudantes.
Nove suspeitos foram mortos, segundo as autoridades.

Do G1, em São Paulo
  •  
  •  
Crianças deixam escola para filhos de militares que foi alvo de ataque dos talibãs nesta terça-feira (16); pelo menos 20 pessoas morreram (Foto: Khuram Parvez/Reuters)Crianças deixam escola para filhos de militares que foi alvo de ataque dos talibãs nesta terça-feira (16) (Foto: Khuram Parvez/Reuters)
Pelo menos 126 pessoas, a maioria crianças e adolescentes, foram mortos em um ataque do Talibã contra uma escola para filhos de militares em Peshawar, principal cidade do noroeste do Paquistão, informaram as autoridades locais. Outras 122 pessoas ficaram feridas, segundo a Reuters.
Cerca de nove horas depois do início do ataque, o Exército anunciou o fim dos combates, com a morte de nove agressores.
Segundo as autoridades do Paquistão, algumas crianças chegaram a ser feitas reféns por homens do Talibã dentro da escola. As forças de segurança cercaram o local, entreando em combate com os militantes.
Muitos alunos foram executados com tiros na cabeça, informou o ministro provincial da Informação, Mushtaq Ghani.
De acordo com a imprensa local, um grupo de seis insurgentes vestidos com uniformes do exército entrou na escola durante a manhã. As forças de segurança rodearam o edifício e entraram em confronto com os extremistas.
Segundo testemunhas, uma forte explosão sacudiu a escola pública. Depois disso, os terroristas - que usavam uniformes militares -, percorreram sala por sala atirando nos estudantes.
Estudante ferido em ataque de homens do Talibã armados a uma escola é levado a um hospital em Peshawar, no Paquistão. A escola é frequentada por filhos de militares paquistaneses (Foto: A Majeed/AFP)Estudante ferido em ataque de homens do Talibã armados a uma escola é levado a um hospital em Peshawar, no Paquistão. A escola é frequentada por filhos de militares paquistaneses (Foto: A Majeed/AFP)
O primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, classificou o ataque como uma “tragédia nacional”.
Mohamed Umar Jorasani, porta-voz do Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP, nas siglas em inglês), reivindicou o ataque e disse que os militantes usaram franco-atiradores e suicidas.
"Receberam ordens para atirar nos estudantes mais velhos, não em crianças", disse à AFP, afirmando que o objetivo da operação era vingar seus combatentes mortos na ofensiva militar contra o movimento em seus redutos perto de Peshawar. "Nós atacamos a escola porque o exército ataca nossas famílias. Queremos que eles sintam nossa dor", disse o porta-voz do grupo, Muhammad Umar Khorasani.
O TTP, principal grupo extremista do país, é uma organização ligada à Al-Qaeda, que enfrenta o governo desde 2007.
Soldado monitoram proximidades de escola militar atacada pelo Talibã nesta terça-feira (16) no Paquistão (Foto: Mohammad Sajjad/AP)Soldado monitoram proximidades de escola militar atacada pelo Talibã nesta terça-feira (16) no Paquistão (Foto: Mohammad Sajjad/AP)
Condenação
A paquistanesa Malala Yousafzai, vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 2014, que sofreu uma tentativa de assassinato dos talibãs, lamentou o ataque.
"Tenho o coração partido por este ato de terrorismo sem sentido e a sangue frio em Peshawar", afirma jovem de 17 anos em um comunicado.
Malala mora no Reino Unido desde que outubro de 2012, quando recebeu um tiro na cabeça por defender o direito à educação das meninas em uma região de forte presença talibã.
"Eu, ao lado de milhões de pessoas em todo o mundo, choro por estas crianças, meus irmãos e irmãs. Mas não vão nos derrotar nunca", completou.
"Condeno estes atos atrozes e covardes e estou ao lado do governo e das Forças Armadas do Paquistão".
O presidente americano, Barack Obama, também condenou o ataque. "Tomando como alvo estudantes e professores neste ataque hediondo, os terroristas mostraram novamente sua depravação", declarou Obama em um comunicado, destacando o compromisso dos Estados Unidos com o governo paquistanês "para combater o terrorismo e o extremismo" e promover a paz e a estabilidade na região.

Nenhum comentário:

Postar um comentário