22/01/2014 00h35
- Atualizado em
22/01/2014 05h49
Líder de protestos na Tailândia desafia estado de emergência
Governo decretou emergência de 60 dias para conter aumento da violência.
País está a duas semanas de eleições gerais, contestada pelos protestos.
O líder dos protestos na Tailândia, Suthep Thaugsuban, pediu que seus seguidores não respeitem o estado de emergência
declarado pelo governo interino e continuem com as manifestações em
Bangcoc, informou nesta quarta-feira (22) o jornal "Bangcoc Post".
Líder
dos protestos, Suthep Thaugsuban, em uma manifestação contra o governo
da Tailândia nesta terça-feira (21). (Foto: Christophe Archambault/AFP)
"Há alguma emergência neste país? Estivemos nos manifestando por três
meses, por que declarar o estado de exceção [emergência] agora?",
declarou Suthep na noite de ontem após liderar durante o dia uma das
manifestações pelo centro financeiro da metrópole, segundo o "Bangcoc
Post".
O governo da Tailândia
decretou emergência na capital, Bangcoc, e em duas províncias vizinhas
com o objetivo de conter o aumento da violência relacionada com as
manifestações contra o governo, faltando duas semanas para as eleições
gerais.
O estado de emergência, que ficará vigente por 60 dias, permite que as
forças de segurança realizem a detenção de suspeitos sem a necessidade
de apresentar acusações, além de decretar o toque de recolher, dissolver
reuniões públicas de mais de cinco pessoas e censurar os meios de
informação, entre outras coisas.
Pelo menos nove pessoas morreram e mais de 500 ficaram feridas desde
que os protestos começaram a ocupar Ministérios em novembro do ano
passado.
saiba mais
A violência aumentou quando os manifestantes começaram, no último dia
13, o bloqueio e a ocupação de mais de uma dezena de avenidas
importantes da capital com vários ataques com granada que causaram uma
morte e deixaram 63 feridos.
Suthep, que abandonou sua cadeira parlamentar e o Partido Democrata
para embarcar nesta "cruzada", exige a renúncia do governo interino de
Yingluck Shinawatra e o adiamento das eleições legislativas de 2 de
fevereiro até que seja feita uma reforma no sistema político para acabar
com a corrupção.
O governo interino segue apostando suas fichas na realização de
eleições antecipadas para que o país supere a crise política na qual
está imerso e rejeitou, desde o primeiro dia, utilizar a força para
reprimir os protestos.
A Tailândia vive uma profunda crise política desde 2006 quando um golpe
de estado militar depôs o então primeiro-ministro Thaksin Shinawatra,
irmão mais velho da atual governante, com frequentes manifestações nas
ruas que causaram dezenas de mortes e importantes prejuízos econômicos.
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