quarta-feira, 9 de abril de 2014


09/04/2014 11h41 - Atualizado em 09/04/2014 12h32
Comissão aprova CPI ampla para investigar Petrobras, metrô e porto
Oposição prefere comissão de inquérito exclusiva para investigar Petrobras.
Relatório pela CPI ampla pode ser votado ainda nesta quarta no plenário.
Priscilla Mendes
Do G1, em Brasília


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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou nesta quarta-feira (9) relatório do senador Romero Jucá (PMDB-RR) favorável à abertura de uma CPI ampliada da Petrobras, que pretende investigar, além da estatal, denúncias de cartel no metrô de São Paulo e de irregularidades nas obras do Porto de Suape e da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.
A CPI ampla agrada ao governo, porque as denúncias em São Paulo se referem a período em que o PSDB comandou o estado e as de Pernambuco estão ligadas à gestão do ex-governador Eduardo Campos (PSB). O senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o próprio Campos são prováveis rivais da presidente Dilma Rousseff nas eleições de outubro. 
A oposição já havia apresentado um pedido de CPI para investigar exclusivamente a Petrobras. Para contrapor o pedido da oposição, os governistas fizeram pedido para a CPI ampliada. As duas foram alvos de questionamentos por parte dos senadores que se opõem a cada uma das propostas.
Na semana passada, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) rejeitou os questionamentos sobre as CPIs e se posicionou favoravelmente à instalação de uma comissão ampla. No entanto, Calheiros remeteu sua decisão à análise da CCJ.
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No relatório, Jucá seguiu o entendimento de Renan. Em seu parecer,  rejeitou as duas questões de ordem e se colocou favorável à CPI ampliada. 
O relatório aprovado na CCJ agora segue para o plenário do Senado e pode ser votado ainda nesta quarta.
A oposição ainda aguarda posicionamento do Supremo Tribunal Federal sobre mandado de segurança, protocolado nesta terça, em que os oposicionistas pedem CPI exclusiva sobre a Petrobras.
Debate
Durante a sessão da CCJ, senadores contrários ao relatório deixaram o plenário e se recusaram a votar, como Mário Couto (PSDB-PA), Pedro Simon (PMDB-RS) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). Eles estão entre os senadores que assinaram um mandado de segurança protocolado junto ao STF nesta terça-feira para tentar garantir a instalação da CPI exclusiva para a Petrobras.
“Não há mais de mim o que argumentar porque há uma posição dada, uma posição exercida, tomada aqui pela maioria, que é a posição de não ter a instalação da CPI. Dito isso, eu não me submeterei a votação aqui porque não cabe mais a essa comissão e sim ao Supremo Tribunal Federal”, disse Randolfe Rodrigues.
“Eu não saio xingando nem vou embora porque minha vontade não prevalece”, rebateu a senadora petista Gleisi Hoffmann (PR). “Eu aprendi a respeitar a democracia, que tem maioria e minoria e tem de haver espeito”, concluiu.
A ex-ministra da Casa Civil foi bastante atacada ao dizer que “as técnicas que hoje a oposição denuncia” de obstrução de CPI foram no passado usadas por quem hoje faz oposição ao governo. “Vossas excelências têm que explicar por que não deixaram prosperar as CPIs quando era maioria”, provocou ex-ministra da Casa Civil.
O líder do PSDB, Aloysio Nunes (SP), disse que Gleisi está no “mundo da lua” e disse que a movimentação do governo para “sufocar” a CPI é o “fim da picada”. Ele tentou suspender a sessão antes da votação do relatório, mas não obteve sucesso junto ao plenário, que rejeitou seu pedido de adiamento.

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