quarta-feira, 9 de abril de 2014

O Mundo

09/04/2014 16h50 - Atualizado em 09/04/2014 19h13





Testemunha diz que esfaqueador em

 escola dos EUA tinha 'olhar de louco'


Ele estava esfaqueando quem estivesse na sua frente', diz aluna.


Ataque deixou pelo menos 20 pessoas feridas.

Do G1, em São Paulo
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Ambulância chega para atendimento de feridos em ataque em escola nos EUA (Foto: Keith Srakocic/AP)Ambulância chega para atendimento de feridos em ataque em escola nos EUA (Foto: Keith Srakocic/AP)
Mia Meixner, aluna da escola americana em que um adolescente de 16 anos feriu pelo menos 20 pessoas na manhã desta quarta-feira (9), presenciou o momento em que o menino cometia o crime. “Ele estava muito quieto. Ele apenas estava fazendo aquilo e tinha um olhar em seu rosto de como se estivesse louco. Ele estava correndo e esfaqueando quem estivesse na sua frente”, contou Mia em entrevista à rede de TV norte-americana CNN.
Pelo menos 20 pessoas ficaram feridas por "múltiplas facadas" em um ataque nesta quarta-feira à escola Franklin Regional High School, em Murrysville, na Pensilvânia. Dezenove estudantes e um vigia da escola ficaram feridos, segundo as equipes de emergência. O adolescente de 16 anos detido, suspeito de cometer o crime, foi identificado como Alex Hribal, de acordo com a imprensa local.

Segundo o chefe da polícia Tom Seefeld, o suspeito usou duas facas, com tamanhos que variam entre 20 cm e 25 cm. "Não concluímos ainda o motivo (do crime). As investigações devem continuar pelos próximos dias", disse em coletiva de imprensa.
A aluna, que tinha algumas aulas com o suspeito, disse que ele era tímido, não tinha muitos amigos e que nunca tinha ouvido ele ser vítima de bullying. “Ele era um tipo mais tímido e não falava muito com as pessoas”, disse.
Mia contou que estava mexendo em seu armário quando ouviu “uma grande comoção” às suas costas. “Eu virei e vi dois meninos no chão e primeiro pensei que era apenas uma briga. Depois vi sangue. E vi o menino que estava esfaqueando levantar e sair correndo”, descreveu.
“O menino que estava no chão se levantou, levantou sua camisa e você podia ver que ele tinha sido atingido por uma faca e estava jorrando sangue por todo lado. Três meninos da nossa escola correram para cima dele, viram que precisávamos de uma enfermeira e começaram a gritar. Então eles o levaram à enfermeira”, contou.
Mia disse que depois disso viu outra menina de pé com o braço sangrando. “Eu larguei meus livros que estava carregando e corri em direção a ela e perguntei se ela estava bem e se precisava de ajuda. Disse a ela que precisávamos levá-la à enfermeira e conseguiríamos ajuda”.
Então, conta Mia, um grupo de estudantes começou a correr pelo corredor da escola, em direção a ela, gritando “Saiam!”, “Precisamos sair!”, “Tem uma criança com uma faca”. “Uma professora disse a mim e à menina que eu estava tentando ajudar e disse que seguraria a menina e que eu deveria correr. E eu saí correndo e tentei sair da escola o mais rápido possível”, disse.

Feridos
Entre os estudantes feridos estão adolescentes com idades entre 14 a 17 anos. Oito feridos (sete alunos e o adulto) estão em estado grave, porém estável. Quatro foram socorridos de helicóptero.
A polícia foi acionada às 7h13 locais (8h13 de Brasília), cerca de 15 minutos após as portas da escola terem sido abertas, segundo a emissora NBC.
Segundo o diretor da polícia local, Thomas Seefeld, o estudante de 16 anos que foi detido estava com duas facas. A identidade do suspeito ainda não foi divulgada. O rapaz – que sofreu ferimentos nas mãos e recebeu tratamento – foi encaminhado ao Departamento de Polícia de Murrysville.
Policiais envolvidos na investigação já estiveram na escola e seguiram para investigar o estudante.
ataque EUA (Foto: Reprodução/TV Globo)Pelo menos 20 pessoas ficaram feridas em ataque com faca a escola da Pensilvânia, nos EUA, nesta quarta-feira (9) (Foto: Reprodução/TV Globo)
De acordo com a polícia, o suspeito foi controlado por um dos diretores da escola e por um integrante da equipe de segurança, que conseguiu algemá-lo. Ainda não se sabe se as vítimas foram escolhidas pelo autor do crime ou atingidas a esmo.
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mapa escola ataque eua (Foto: Arte/G1)
O Hospital Forbes informou ter recebido as oito vítimas com ferimentos graves – sete delas, adolescentes. Três pacientes foram encaminhados para cirurgia e os outros cinco passaram por avaliação. No hospital da Universidade de Pittsburgh, o caso mais grave é o de um menino de 17 anos que foi esfaqueado a poucos milímetros do coração, de acordo com o hospital. Segundo a emissora WPXI, as vítimas sofreram cortes no tronco (principalmente no peito e abdômen), mãos e braços.
O porta-voz do serviço de emergência do condado de Westmoreland, Dan Stevens, informou que nem todos os feridos foram esfaqueados – alguns sofreram arranhões e cortes ao tentar fugir.
Ainda de acordo com ele, um dos estudantes foi responsável por acionar o alarme de incêndio da escola, o que alertou todos e fez com que muitos deixassem o prédio em meio ao ocorrido.
"O acionamento do alarme provavelmente auxiliou na retirada das pessoas da escola", disse o chefe da polícia local.
O adulto ferido era um vigia que havia trabalhado no turno da noite na escola.
Estudantes disseram que o adolescente suspeito de ter cometido os ataques não era agressivo e não demonstrava ter nenhum problema. Eles também afirmaram que o jovem não era publicamente vítima de bullying.
Relatos
De acordo com a emissora WTAE, um estudante relatou que uma pessoa entrou na escola com uma faca e começou a atingir as vítimas, incluindo seus amigos.
Segundo testemunhas, o ataque durou cerca de 20 minutos e na área onde são dadas as aulas de ciências, incluindo corredores e salas da escola.
Jeff Dahlke, funcionário da empresa que faz a segurança do complexo escolar, disse à emissora KDKA-TV que o suspeito estava armado com duas facas.
"O alarme disparou, os estudantes começaram a correr, os guardas do lado de fora entraram rapidamente e encontraram um supervisor e um diretor-assistente já com o suspeito, que estava no chão. Eles tentavam controlá-lo e tirar as armas de perto dele", contou.
Policial cerca escola nos EUA após ataque (Foto: Brian F. Henry/Tribune Review/AP)Policial cerca escola nos EUA após ataque (Foto: Brian F. Henry/Tribune Review/AP)
Quando o alarme tocou, muitos alunos pensaram que se tratava de um exercício de treinamento, e não uma situação real, disseram testemunhas.
Em comunicado publicado em seu site, a escola informou que houve "um incidente crítico". "Todas as aulas do ensino fundamental foram canceladas, os demais estudantes estão seguros", diz o texto.
Segundo a imprensa local, os alunos mais novos foram liberados da escola, enquanto os mais velhos foram encaminhados para outro colégio da região, onde seus pais deverão buscá-los. Eles só serão liberados na presença de um de seus responsáveis.
Segundo as autoridades, os estudantes do Ensino Médio terão as aulas suspensas pelo resto da semana – o crime aconteceu no prédio onde as aulas destes anos eram realizadas. Os outros estudantes terão as aulas retomadas nesta quinta-feira (10).
O governador da Pensilvânia, Tom Corbett, afirmou em nota ter ficado chocado com o ocorrido. "Sou pai e avô, não consigo pensar em nada mais aflitivo que violência contra crianças. Meu coração e minhas orações estão com as vítimas e suas famílias", destacou.
O governador também informou ter determinado que a polícia estadual ajude nas investigações como for possível, e disse que outros recursos estaduais estarão disponíveis à comunidade se necessários.

Mais tarde, em coletiva de imprensa, disse que foi um dia muito difícil para a comunidade, o estado da Pensilvânia e todo o país. Também afirmou que uma série de herois agiram neste incidente. "Muitos deles são estudantes, que ficaram com seus amigos, funcionários da lanchonete, que ajudaram estudantes que estavam sangrando, professores que colocaram os estudantes para fora da sala, e obviamente os seguranças da escola".
Alunos choram pós ataque em escola nos EUA (Foto: Sean Stipp/Tribune Review/AP)Alunos choram pós ataque em escola nos EUA (Foto: Sean Stipp/Tribune Review/AP)
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