sábado, 7 de dezembro de 2013
MEC suspende Curso de Direito na UEPB de Guarabira; veja as demais suspensões
Sete cursos superiores oferecidos por instituições instaladas na Paraíba
apresentaram desempenho insatisfatório em avaliação feita pelo
Ministério da Educação (MEC). Eles obtiveram nota 2 na escala que vai
até 5 no Conceito Preliminar de Curso (CPC), um índice que mede a
qualidade do ensino superior do país.
Destes sete cursos, cinco são de faculdades particulares e dois da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
Pelas regras do MEC, os cursos com desempenho insatisfatório terão os
vestibulares suspensos já a partir do próximo ano. No entanto, a medida
não será aplicada na UEPB, pois ela é subordinada ao Conselho Estadual
de Educação, vinculado ao governo do Estado.
Todas as instituições de ensino superior do país foram avaliadas pelo
MEC. O desempenho de cada uma delas foi revelado ontem. Dos 7 cursos que
apresentaram conceitos insatisfatórios na Paraíba, três funcionam em
João Pessoa. São eles: Ciências Contábeis (ofertado pela Faculdade de
Ciências Contábeis Luiz Mendes), Turismo (do Instituto Superior de
Educação (Iesp) e Tecnologia em Gestão Comercial (da Faculdade
Internacional da Paraíba).
Dos 4 cursos restantes, um é de Administração, oferecido pela Faculdade
Evilásio Formiga, em Cajazeiras; outro é de Ciências Contábeis, da
Faculdade de Campina Grande /Unesc e os dois demais são da UEPB, sendo
um de Ciências Contábeis em Campina Grande e outro em Direito, em
Guarabira.
Segundo o pró-reitor de Graduação da UEPB, Ely Brandão, os cursos da
instituição não serão suspensos. Ele explicou que a universidade não é
subordinada ao governo federal. Apesar disso, o desempenho no CPC é
motivo de preocupação. Ele disse que o resultado será analisado e, na
segunda-feira, a instituição vai emitir nota sobre o assunto.
No entanto, para o gestor, uma das possíveis causas do desempenho pode
ser a redução nos investimentos feitos pelo governo do Estado. “Se os
recursos forem minimizados, a tendência é que o desempenho dos cursos da
UEPB fiquem menores. Embora tenha havido investimento, ainda não foi
suficiente. Recursos que vão para a universidade não são gastos, mas
investimentos”, opinou.
A direção pedagógica da Faculdade Luiz Mendes, na capital, informou que a
instituição está aguardando que avaliadores do MEC façam uma visita à
unidade de ensino, para, em seguida, rever o conceito concedido ao
estabelecimento.
CG: CURSO IMPEDIDO DE OFERECER VAGAS
Em Campina, o curso de Ciências Contábeis da Unesc Faculdades está na
lista de cursos impedidos de oferecer novas vagas em vestibular, devido
aos baixos índices obtidos nas últimas duas avaliações. Em 2012, o curso
ficou com 1,75 no Conceito Preliminar de Curso (CPC), inferior ao
obtido na avaliação de 2009, quando obteve a nota 1,78, ficando com
faixa 2 no CPC.
O coordenador acadêmico da Faculdade de Campina Grande/ Unesc, Danilo
Aleixo, informou que ainda não teve acesso às notas de 2012, mas
adiantou que a instituição tem direito a recorrer. “Não fomos
comunicados oficialmente e precisamos analisar ainda os dados do Inep
junto com a consultoria que acompanha a instituição, mas podemos
recorrer”, adiantou.
Mesmo com a suspensão da oferta de vagas, o coordenador garantiu que os
alunos que já estão matriculados vão poder concluir o curso normalmente.
“Se houver alguma penalidade será com relação a oferta de vagas,
entretanto não haverá prejuízo para nossos alunos. Inclusive estamos em
processo de renovação junto ao MEC e por isso acreditamos que qualquer
mudança só deverá ocorrer após a visita dos avaliadores, prevista para o
ano que vem”, informou.
Outros dois cursos da Faculdade de Campina Grande, entidade mantenedora
da Unesc, foram avaliados e obtiveram o conceito 3: Direito e Tecnologia
em Gestão. Já na Facisa, foram avaliados em 2012 os cursos de Direito
(conceito 3) e Administração (conceito 4). Na Faculdade Maurício de
Nassau, o curso de Administração obteve o conceito 3.
SEM CONTATO
A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA procurou, por telefone, o Instituto de
Ensino Superior da Paraíba (Iesp), Faculdade Internacional da Paraíba
(FPB) e a Faculdade Evilásio Formiga, mas nenhum representante das
instituições foi encontrado para comentar o assunto.
UEPB: SEIS GRADUAÇÕES SATISFATÓRIAS
Ao todo, oito cursos de graduação da Universidade Federal da Paraíba
(UEPB)foram avaliados em 2012 e seis deles ficaram com a nota 3,
considerada satisfatória em um índice que vai até 5. Entre os que
tiveram os melhores desempenhos estão os cursos de Ciências Contábeis do
campus de Monteiro, Relações Internacionais de João Pessoa, Psicologia
de Campina Grande, Direito de Campina Grande e Jornalismo. Os cursos de
Administração de Campina Grande e Patos fecham a lista.
De acordo com o reitor da Universidade Estadual da Paraíba, Rangel
Júnior, a instituição avançou na qualificação do corpo docente e na
pesquisa, mas os problemas com a infraestrutura ainda afetam a
avaliação.
“O mais importante é que não caiu a nota. No entanto, identificamos uma
lacuna que precisa ser preenchida, como a questão da infraestrutura, que
está muito aquém das necessidades, principalmente quanto aos
laboratórios”, afirmou.
Rangel ainda destacou que atualmente 50% do corpo docente efetivo da
Universidade Estadual da Paraíba é formado por doutores. Ele acredita
que o modelo de avaliação do ensino superior adotado atualmente no
Brasil não reflete plenamente a realidade das universidades públicas
brasileiras. “Essas avaliações não refletem o conjunto da universidade,
mostram aspectos da instituição sem conseguir visualizar o todo”,
pontua.
OFERTA DE VAGAS SÓ EM 2015
Os cursos suspensos só poderão ofertar vagas, ou seja, realizar
vestibulares para as turmas de 2015. O curso de Turismo do Instituto de
Educação Superior da Paraíba (Iesp) apresentou, em 2009, CPC de 1,783 e
no ano passado 1,810. No entanto, apesar de mal avaliado, ele poderá ter
a sanção revista e, caso cumpra um protocolo de compromisso, poderá
reabrir o vestibular no segundo semestre de 2014.
Este protocolo consiste na elaboração de um plano de melhorias detalhado
e medidas a serem tomadas em curto e médio prazo. Em 60 dias, os cursos
mal avaliados devem passar por reestruturação no corpo docente. Ou
seja, investir em dedicação integral e titulação dos profissionais. Em
180 dias, por readequação da infraestrutura e do projeto pedagógico.
O plano de melhoria será acompanhado por comissão de avaliação do
Ministério da Educação (MEC), que fará relatórios periódicos. Caso se
verifique o não cumprimento das medidas, será instaurado processo
administrativo, que pode resultar no fechamento definitivo do curso.
Para estabelecer os conceitos, o MEC avalia anualmente cursos de
determinadas áreas e, após três anos, repete as avaliações. São
considerados satisfatórios os cursos com conceito 3 ou mais.
PB NÃO TEM CURSO CONCEITO 5
Para definir o Conceito Preliminar de Cursos (CPC), o MEC avalia a
quantidade de inscritos e o desempenho de alunos nas provas do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Exame Nacional de Desempenho de
Estudantes (Enade), além de estrutura dos cursos, organização acadêmica e
escolaridade dos professores.
Na Paraíba, nenhum curso obteve conceito 5, o maior concedido pelo MEC
através do CPC. No entanto, 12 cursos de instituições públicas e
privadas alcançaram a nota 4, a segunda maior da escala. A maioria deles
é de estabelecimentos privados.
Do total de cursos com conceito alto, 4 são de administração e são
ministrados pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas (Facisa);
Instituto Paraibano de Ensino Renovado (Inper); Faculdade Internacional
da Paraíba (FPB) e Faculdade Maurício de Nassau.
Ainda fazem parte dessa relação os cursos de Psicologia do Centro
Universitário de João Pessoa, o de Ciências Contábeis e de Publicidade
de Propaganda, ambos do Instituto Paraibano de Ensino Renovado (Inper).
Também alcançaram conceito 4 os cursos de Ciências Econômicas, Designer,
Direito e Administração da Universidade Federal da Paraíba e os cursos
de Designer e Administração da Universidade Federal de Campina Grande.
UFCG
Na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) seis cursos foram
avaliados pelo MEC. Para o vice-reitor da UFCG, Vicemário Simões, as
notas obtidas pela instituição permitem que os cursos sejam renovados
automaticamente, sem a necessidade da visita de avaliação do MEC.
No índice Geral de Cursos (ICG), que considera a média de todos os
cursos de graduação e pós-graduação da instituição, a UFCG obteve o
conceito 4. “Mantivemos pelo quarto ano consecutivo o conceito 4. Este
resultado mostra que estamos no caminho certo e faz com que continuemos
buscando a qualidade do ensino”, avalia o vice-reitor da UFCG.
Entre 2011 e 2012, 35 cursos da UFCG foram avaliados pelo MEC. No total,
a UFCG ficou com quatro cursos com nota 5, 16 cursos com nota 4 e os
demais 14 cursos com nota 3. Nenhuma graduação da UFCG obteve os
conceito 1 e 2, considerados insatisfatórios. (Colaborou Nathielle
Ferreira).
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