segunda-feira, 2 de junho de 2014

02/06/25014
Ministério da Saúde desmente propaganda oficial: estado só abriu 26 leitos, não 600
Segundo o Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil-- CNES, do Ministério da Saúde, de janeiro de 2011 a março de 2014, exatamente o período de governo de Ricardo Coutinho, a rede estadual de saúde recebeu apenas 26 leitos a mais.
saude
A saúde esta um verdadeiro caos no estado da paraíba e nos Municípios   
O Governo do Estado veiculou intensa propaganda alardeando o acréscimo de mais de 600 leitos à rede estadual e a implantação da maior rede pública de atendimento à saúde, no Nordeste. Não fosse a eleição, o Governo jamais divulgaria tais números, que não resistem a qualquer análise. É até possível que esses totais venham a ser verdadeiros no futuro. Mas só depois que alguns hospitais saírem do papel ou que outros, como o de Santa Rita, saia dos alicerces em que se encontra. Mas isso levará ainda alguns anos. E os números do Ministério da Saúde desmentem cabalmente a propaganda oficial.

Segundo o Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil– CNES, do Ministério da Saúde, de janeiro de 2011 a março de 2014, exatamente o período de governo de Ricardo Coutinho, a rede estadual de saúde recebeu apenas 26 leitos a mais– um aumento de 1.871 para 1.897. Um fato positivo, ninguém desconhecerá. Mas muito longe dos mais de 600 leitos divulgados.

Nesse mesmo período, no entanto, o número total de leitos no Estado caiu de 9.537 para 9.166– 371 leitos a menos, todos na rede privada.

Essa queda no número total de leitos elimina qualquer razão de celebração do modesto aumento de 26 leitos na rede estadual, em três anos. O SUS é um sistema, que funciona mediante integração de esforços federais, estaduais, municipais e privados. Se a retenção de recursos ou outras dificuldades de relacionamento enfraquecem ou inviabilizam os leitos privados, por exemplo, perde o Sistema como um todo. O prejuízo não é apenas do dono do hospital, é de todos, porque o leito privado é conveniado com o SUS e tido como importante como peça complementar do Sistema Integrado de Saúde.

Por seu perfil e temperamento, Ricardo Coutinho sempre encontra enormes dificuldades de aceitar qualquer coisa ou iniciativa que não parta dele próprio. Imaginar que além de implantar um leito estadual é importante evitar que sejam retirados leitos da rede municipal ou até privada é esperar muito do governador. Mas querer que se aceitem números fantasiosos como os mais de 600 novos leitos da rede estadual também já é exigir muito dos paraibanos. Há um sentimento generalizado de que a saúde é hoje o maior problema do Estado. E que o atendimento nos últimos anos piorou.

No afã de se promover, o governador acaba oferecendo aos adversários argumentos consistentes para desmontar toda sua propaganda. Não apenas na Saúde, como também na Segurança. Em seguidos anúncios, o governo alardeia que 2.012 foi o primeiro ano em que caiu o número de homicídios na Paraíba. Mas omite que 2.011, o primeiro da administração de Ricardo, foi o ano em que mais se matou na Paraíba: 1.680 homicídios.

A evolução do número de crimes contra a vida não deixa dúvidas sobre a responsabilidade da atual administração estadual . Em 2.008 foram 1.027 homicídios. Em 2.010, 1.563. Em 2.011, 1680. Em 2.012, 1.542.

No início do governo, Ricardo Coutinho não abria mão da prudência de só anunciar obras já concluídas e entregues. A proximidade de eleições e o atraso das obras o levaram a se afastar da orientação dos primeiros dias– hoje o governador inaugura até ordem de serviço e inclui como realizadas obras que mal saíram da licitação. Ainda assim, provavelmente Ricardo conseguirá passar para a opinião pública o conceito de que fez diversas obras na Paraíba. Mas dificilmente conseguirá convencer alguém de que a Paraíba foi descoberta por ele a 1 de janeiro de 2.011. E que, em pouco mais de três anos, construiu o Estado inteiro.

Seu slogan de campanha era “40 anos em 4″. Ele está querendo, agora, que sejam 428 anos em três. Parece muito.

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