qui, 16/05/13
por Paulo Coelho
Estava num píer em San Diego, Califórnia,
conversando com uma mulher da Tradição da Lua – um tipo de aprendizado
feminino que trabalha em harmonia com as forças da natureza.
“Quer tocar em uma gaivota?”, perguntou ela, olhando as aves na amurada do píer.
Claro que sim, respondi. Mas sempre que me aproximava, elas voavam.
“Procure sentir amor por ela. Depois, faça este amor jorrar do seu
peito como um feixe de luz, atingindo o peito da gaivota. E se aproxime
com calma”.
Fiz o que ela mandou. Duas vezes não consegui nada, mas na terceira –
como se eu tivesse entrado em “transe” -, consegui tocar a gaivota.
Repeti o “transe”, com o mesmo resultado positivo.
Conto aqui a experiência, para quem quiser tentar. “O amor cria
pontes em lugares que parecem impossíveis”, diz a minha amiga
feiticeira.
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