terça-feira, 28 de outubro de 2014

Com doença rara, jornalista vai fazer Enem para tentar segunda graduação
Vinícius Schmidt tem Artrogripose Múltipla Congênita e vai tentar Psicologia.
“Não gosto muito da história de 'exemplo de superação', diz catarinense.
Do G1 SC

Com ajuda de amigo, Vinícius costuma participar de corridas em Florianópolis (Foto: Vinícius Schmidt/Arquivo pessoal)
Com ajuda de amigo, Vinícius costuma participar de corridas em Florianópolis (Foto: Vinícius Schmidt/Arquivo pessoal)
Com ajuda de amigo, Vinícius costuma participar de corridas em Florianópolis (Foto: Vinícius Schmidt/Arquivo pessoal)


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Em meio a livros e ao computador, o estudante Vinícius Schmidt se prepara para a prova do Exame Nacional do Ensino Médio - Enem, que será nos dias 8 e 9 de novembro. Com 25 anos e com Artrogripose Múltipla Congênita (AMC), ele é formado em jornalismo há dois anos e vai fazer a prova para iniciar a segunda graduação, em Psicologia.
O estudante tem comprometimento no movimento dos membros superiores e inferiores e utiliza cadeira de rodas. “Dentro de um limite, consigo fazer atividades rotineiras normalmente. Na alimentação e banho, por exemplo, conto com ajuda de um familiar", detalha.
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Vinícius mora com os pais em São José, na Grande Florianópolis. Sua rotina de preparação para o Enem e vestibular se divide entre o curso semi-extensivo e o estudo em casa, sempre com a parceria do irmão, de 30 anos. “Nós fazemos o curso juntos. Estudar com outra pessoa é melhor, fica mais fácil”, explica Vinícius. Segundo ele, a dedicação é total para entrar no curso de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). 
Não gosto muito dessa história de 'exemplo de superação'. Todo mundo se supera de alguma maneira"
Vinícius Schmidt
Adaptação para a prova
Quando se inscreveu para o Enem e para o vestibular, solicitou que sua sala seja no piso térreo. Ele pediu também uma mesa adaptada, com altura que facilite a realização do concurso.
Antes de decidir por Psicologia, o estudante que tem afinidade com a área da saúde queria Medicina. “Mantive o mesmo ritmo. Só não dedico meu tempo quando estou dormindo”, brinca. Mesmo com a rotina intensa focada nos estudos, ele não considera que seja exemplo. “Não gosto muito dessa história de 'exemplo de superação'. Todo mundo se supera de alguma maneira”, afirma.
Afinidade com o esporte
Durante a graduação em jornalismo, ele fazia estágios e integrou a equipe de tênis sobre rodas da UFSC durante dois anos. “Gosto muito de todos os esportes, especialmente de tênis e futebol americano. Com a rotina de estudo fica complicado, mas tenho vontade de voltar a jogar”, diz. Além do tênis, Vinícius costuma participar de corridas em Florianópolis e conta com a ajuda de um amigo empurrando a cadeira de rodas. "Foi ele que me convenceu a correr", lembra. 
O jornalista trabalhou durante nove meses como repórter esportivo de um jornal diário em Florianópolis. “Trabalhando, vi que o jornalismo não era bem o que eu esperava. É uma profissão que sempre vou gostar, mas não me adaptei à rotina. Hoje sou mais pé no chão. A Psicologia é uma área que me interesso muito. Estou empolgado com o que eu vou apreender”, declara Vinicius.
Expectativa para a prova
"As pessoas se preocupam muito com a remuneração. É importante, mas acho que a escolha da profissão tem mais a ver com aquilo que se tem gosto de fazer", comenta Vinícius. Estudando das 7h40 às 12h40 no curso e até à noite em casa, o jornalista dá uma dica para quem vai tentar fazer a prova. "Tendo mais calma e menos preocupação a prova fica mais fácil”.

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