quinta-feira, 4 de abril de 2013


04/04/2013 19h01 - Atualizado em 04/04/2013 19h01
Ex-advogado de Bruno diz que goleiro lhe deve mais de R$ 90 mil
Quaresma apresentou à Justiça prestação de contas demonstrado dívida.
Atleta foi condenado a 22 anos e três meses pela morte de Eliza Samudio.
Pedro Cunha
Do G1 MG



58 comentários

Ércio Quaresma em frente ao Fórum de Contagem,
em 2012 (Foto: Pedro Triginelli/G1)
Ércio Quaresma, ex-advogado do goleiro Bruno Fernandes de Souza, entregou à Justiça uma prestação de contas demonstrando que o atleta lhe deve mais de R$ 90 mil em honorários, pelo período em que representou o jogador, entre julho e novembro de 2010.

Bruno foi condenado a 22 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio. O júri popular ocorreu em março deste ano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

De acordo com o advogado, o documento não pede o pagamento do débito, somente o registra. “Não tenho o menor interesse de cobrar isso”, disse Quaresma ao G1, nesta quinta-feira (4). O advogado deixou o caso em novembro de 2010, dias antes de ser suspenso pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Quaresma deu declarações públicas dizendo que era usuário de crack. Atualmente, ele representa o réu Marcos Aparecido dos Santos – o Bola –, que tem júri popular marcado para o próximo dia 22 de abril.
saiba mais
Promotor apela contra sentença que condenou Bruno a 22 anos e 3 meses
Defesa do goleiro Bruno pede anulação do júri que o condenou
Goleiro Bruno é condenado a 22 anos e 3 meses; ex-mulher é absolvida
FOTOS: julgamento do caso Eliza em MG
ILUSTRAÇÕES: veja cenas do julgamento
FRASES: júri popular do goleiro Bruno
BLOG: Traduzindo o julgamento do caso
A prestação de contas elaborada por Quaresma foi protocolada no último dia 11, na Vara Cível de Contagem. No documento, ao qual o G1 teve acesso, ex-defensor escreveu que, no dia 20 de dezembro de 2012, recebeu dois telegramas, supostamente postados por Victor Fernando de Almeida Carvalho e Ingrid Calheiros [atual mulher do goleiro], "no qual estes se diziam novos procuradores de Bruno Fernandes”.

Ércio Quaresma informou que só protocolou a prestação de contas em março deste ano, pois o atleta ainda não havia sido julgado. “Eu não fiz isso antes, porque ele ainda não tinha sido julgado e eu não queria gerar constrangimentos para ele”, afirmou.

Ainda segundo o Quaresma, Bruno teria firmado com ele um acordo em que o goleiro pagaria R$ 1 milhão para representá-lo diante da Justiça. A quantia, segundo o ex-advogado, serviria, ainda, para a defesa dos réus Luiz Henrique Romão – o Macarrão –, Wemerson Marques de Souza, conhecido como Coxinha, Elenílson Vitor da Silva, Fernanda Gomes de Castro e Flávio Caetano de Araújo.

O G1 tentou contato com Ingrid Calheiros, mas a mulher do goleiro não foi encontrada para falar sobre o assunto. O atual advogado do atleta, Lúcio Adolfo, e Victor Fernando de Almeida Carvalho também não foram localizados. As respostas dos envolvidos serão publicadas nesta reportagem assim que eles se manifestarem.

O caso
Eliza desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.

Em março deste ano, Bruno foi considerado culpado pelo homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado da jovem. A ex-mulher do atleta, Dayanne Rodrigues, foi julgada na mesma ocasião, mas foi inocentada pelo conselho de sentença. Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, amigo de Bruno, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta, já haviam sido condenados em novembro de 2012.

No dia 22 de abril, o ex-policial Marcos Aparecido dos Santo, o Bola será julgado. Em 15 de maio, enfrentarão júri Elenílson Vitor da Silva, caseiro do sítio, e Wemerson Marques de Souza, amigo do goleiro. Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, foi morto a tiros em agosto de 2012. Outro suspeito, Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi absolvido (saiba quem são os réus).

Jorge Luiz Rosa, outro primo do goleiro, que era menor de idade na época da morte, cumpriu medida socioeducativa por crimes similares a homicídio e sequestro. Atualmente tem 19 anos e é considerado testemunha-chave do caso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário