14/07/2014
Gustavo Franceschini, Paulo Passos, Pedro Ivo Almeida e Ricardo Perrone
Do UOL, no Rio de Janeiro
Do UOL, no Rio de Janeiro
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Luiz Felipe Scolari bem que tentou. Após a acachapante derrota por 7 a 1
para a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo de 2014, o técnico da
seleção brasileira adotou o discurso de que o trabalho havia sido bem
feito nessa atual passagem à frente da equipe e que a humilhação
ocorrera por conta apenas de um "apagão".
Não satisfeito,
repetiu o discurso em pelo menos mais duas oportunidades. Para ele, tudo
estava no caminho certo. Até mesmo um projeto para a Copa de 2018, na
Rússia, apareceu em seus discursos.
O treinador não queria
aceitar a condição de derrotado e parecia disposto a se manter no cargo.
A pressão, no entanto, falou mais alto. E aquele que fora o paizão da
Família Scolari de 2002 deixa a seleção em 2014 com uma figura oposta,
transformado em padrasto do grupo que decepcionou.
Se no ano do
penta Felipão era sinônimo de competência e confiança após a Copa, em
2014 tudo ruiu no mesmo período. Questionado por todas as partes, não
conseguiu manter aquela que chegou a ser a maior popularidade às
vésperas da Copa: 68%, segundo o Datafolha, superando atletas queridos e o índice de uma pesquisa semelhante em 2002.
E os números, que consagravam Felipão antes da Copa, ajudaram a
destruí-lo após o Mundial. Em uma campanha sonhada para ser perfeita,
quase tudo deu errado. O pai da última seleção vitoriosa do Brasil viu
do banco o time ter a pior defesa da história em mundiais, sofrer sua
maior goleada em quase 100 anos e ter o pior aproveitamento desde 1966.
O discurso de nome perfeito para uma seleção brasileira, status mantido
por mais de dez anos, fora derrubado. Nem mesmo trabalhos ruins em
outros clubes e seleções pareciam abalar Felipão quando o assunto era o
time da CBF. Desta vez, porém, os números não permitiram defesa.
Doze anos após a consagração, o treinador deixa o comando da seleção
pela segunda vez. E de uma maneira que jamais imaginaria: sem a fama de
paizão, questionado pela crítica, culpado pelas derrotas em casa e com
recordes negativos.
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