terça-feira, 29 de julho de 2014

O MUNDO

Líder iraniano chama Israel de "cachorro raivoso" por "genocídio" em Gaza

Efe, Teerã
 O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, condenou com firmeza nesta terça-feira os ataques de Israel na Faixa de Gaza, o que classificou como um "genocídio" em um discurso por ocasião do fim das celebrações muçulmanas do Ramadã, além de ter chamado o Estado judeu de "cachorro raivoso".
"Hoje, o assunto principal para o mundo do islã e talvez para toda a humanidade é a Faixa de Gaza. Um cachorro raivoso e um lobo predador atacam seres humanos inocentes. A humanidade deveria reagir a isso como corresponde", disse em seu tradicional discurso em Teerã por ocasião da festividade de Eid ul-Fitr, que encerra o mês do Ramadã.

Arte/UOL
Mapa mostra localização de Israel, Cisjordânia e Gaza
O líder supremo iraniano pediu colaboração ao mundo para que ajudem a nação palestina a "se mobilizar", informou a agência de notícias iraniana "Irna".
"O presidente dos Estados Unidos (Barack Obama) ordenou o desarmamento da resistência para impedir que responda após tantos crimes. Ao contrário de sua reivindicação de que o Hamas e a Jihad (Islâmica) devem se desarmar, o mundo, especialmente o islâmico, tem o dever de mobilizar a nação palestina da maneira que for possível", afirmou.
O principal líder espiritual e político da República Islâmica do Irã classificou de "genocídio" e de "enorme catástrofe histórica" o resultado dos 21 dias de ofensiva militar israelense em Gaza e o lançamento de foguetes pelas milícias palestinas.
"Os culpados e seus apoiadores devem ser condenados e punidos no mundo todo. Os que se preocupam devem reivindicar seu castigo", afirmou.
Mais de 1,1 mil palestinos (a maioria civis), 55 israelenses (quase todos eles soldados) e um tailandês morreram nos choques armados ente o Exército israelense e as milícias palestinas, nos lançamentos de foguetes de Gaza contra Israel e nos bombardeios das Forças Armadas israelenses sobre o território palestino.
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Protestos pelo mundo contra ofensiva de Israel sobre Gaza98 fotos

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28.jul.2014 - Palestinos seguram armas de plástico durante uma manifestação contra a ofensiva militar de Israel na faixa de Gaza, após as orações do feriado 'Eid Al-Fitr', em frente ao Domo da Rocha da mesquita de Omar, o terceiro local mais sagrado do Islã na cidade velha de Jerusalém. O Conselho de Segurança da ONU se juntou o presidente dos EUA, Barack Obama, em um pedido de cessar-fogo imediato em Gaza, depois que Israel e Hamas ignoraram as chamadas para uma trégua Ahmad Gharabli/AFP
Khamenei também agradeceu os presentes pelo "comparecimento massivo" nas manifestações em todo o país na última sexta-feira, quando o Irã lembrou o 'Dia de Jerusalém' (Al Quds, em árabe).
"O dia de Al Quds foi um grande dia. Em um clima caloroso, nosso povo em jejum, homens e mulheres e, especialmente mulheres respeitando o código de vestimenta islâmico, o chador, com seus bebês no colo, tomaram parte nas manifestações", disse.

Entenda a ofensiva de Israel em Gaza
  • Como o novo conflito começou?
    A tensão aumentou drasticamente após o sequestro de 3 jovens israelenses na Cisjordânia, em junho. Israel então fez missão de busca que prendeu 420 palestinos e matou 6 inocentes. Após 18 dias, os corpos dos jovens foram achados. Vários grupos jihadistas assumiram o crime. Mas Israel culpa o Hamas, que não se posicionou. Depois, um palestinos de 16 anos foi morto em Jerusalém por judeus radicais
  • Em qual contexto político o crime aconteceu?
    As relações entre os governos israelense e palestino já estavam tensas desde que, em abril, Hamas e Fatah anunciaram governo de unidade nas regiões autônomas palestinas. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que o novo governo reconhece os acordos de paz assinados, mas Israel acha que Abbas não pode fechar acordo com Israel e, ao mesmo tempo, com o Hamas, que quer a destruição de Israel
  • Por que a área do conflito é polêmica?
    Os jovens israelenses eram de assentamentos em território palestino da Cisjordânia considerados ilegais pela ONU por violar o artigo 49 da Quarta Convenção de Genebra, de 1949, que proíbe a transferência violenta de população civil para outro Estado. Israel discorda dessa interpretação e alegando que a área nunca teria sido parte de um Estado soberano e que o acordo não se aplica ali
  • Por que a ONU fala em "emergência humanitária"?
    A ofensiva de Israel está cada vez mais sangrenta. Em poucas semanas, mais de mil palestinos foram mortos nos ataques em Gaza, inclusive dezenas de idosos e crianças. Cerca de 53 mil soldados israelenses agem em uma pequena faixa de terra de 362 km2, ondem vivem meio à extrema pobreza 1,8 milhão de palestinos. A ONU diz que mais de 3/4 das vítimas são civis e já são mais de 80 mil desabrigados

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