terça-feira, 29 de julho de 2014

O assunto é Econômia

29/07/2014 10h54 - Atualizado em 29/07/2014 12h13

Em junho, juro bancário de pessoa física é o maior em mais de 3 anos

No mês passado, taxa média subiu para 43% ao ano, maior valor da série.
Alta veio apesar de inadimplência menor e de queda na taxa de captação.

Alexandro Martello Do G1, em Brasília
A taxa média de juros cobrada das famílias pelos bancos subiu pelo sexto mês seguido em junho, para 43% ao ano. E atingiu o maior patamar desde que o Banco Central começou a divulgar esses dados, em março de 2011. A alta aconteceu mesmo depois que o BC parou de subir os juros básicos da economia, o que levou as instituições financeiras a pagarem juros menores para captar recursos no mercado.
Tipo de taxa Avanço entre abril de 2013 e maio de 2014 Taxa ao ano (em maio)
Selic - juros básicos da economia 3,75 pontos percentuais 11%
Taxa de captação dos bancos 3 pontos percentuais 12%
Juros cobrados pelos bancos dos clientes 8,1 pontos percentuais 42,5%
Entre abril do ano passado e maio deste ano, o BC subiu os juros básicos da economia (a Selic) de 7,25% para 11% ano, um aumento de 3,75 pontos percentuais. Nesse período, a taxa de captação dos bancos, nas operações com pessoas físicas, subiu um pouco menos: 3 pontos percentuais, para 12% ao ano em maio de 2014. Essa taxa é o quanto as instituições pagam pelos recursos no mercado.
Já os juros cobrados pelos bancos de seus clientes subiram bem mais: entre abril de 2013 e maio deste ano, avançaram 8,1 pontos percentuais, para 42,5% ao ano em maio. A taxa se refere aos recursos livres para pessoas físicas, excluindo o crédito rural, habitacional e operações do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Em junho, os juros bancários de pessoas físicas avançaram novamente, ao mesmo tempo em que houve queda da inadimplência nas operações com pessoas físicas e também da taxa de captação para 11,7% ao ano nas operações com pessoas físicas. Isso significa que, mesmo com menor risco e menor custo para as instituições oferecerem crédito, os juros não ficaram mais baixos.
'Spread bancário'
O aumento dos juros bancários com intensidade maior que a alta da taxa básica, e não repasse do corte da taxa de captação em junho, gerou o aumento do chamado spread bancário, a diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e o que cobram dos clientes.
O spread é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios (que são mantidos no Banco Central) e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros.
Em abril do ano passado, antes do início do processo de alta dos juros básicos da economia, o spread bancário nas operações com pessoas físicas estava em 25,4 pontos percentuais. Em junho deste ano, já estava em 31,3 pontos percentuais – o maior valor da série histórica do BC, que começa em março de 2011.
Taxa média de empresas e geral
No caso das operações dos bancos com as empresas, ainda com base nos chamados recursos livres, a taxa média caiu de 22,9% ao ano em maio para 22,6% ao ano em junho – o menor patamar desde dezembro do ano passado (21,4% ao ano).
Já a taxa média geral de todas as operações com recursos livres (pessoas físicas e empresas) ficou estável em 32% ao ano em junho. Com isso, os juros estão no maior patamar desde fevereiro de 2012 (32,5% ao ano). No acumulado de 2014, a taxa média de juros bancários avançou três pontos percentuais.

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