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Papa
Francisco defende financiamento público de campanha
Em
entrevista a revista publicada por jovens da periferia de Buenos Aires,
pontífice pediu 'transparência' nos gastos de campanhas eleitorais
Papa Francisco durante audiência geral no Vaticano - 21/1/2015(Tony Gentile/Reuters)
O papa Francisco voltou a entrar em uma seara
alheia à liturgia ao falar sobre campanhas eleitorais. Em entrevista a uma
revista argentina, o pontífice defendeu o financiamento público de campanha.
"No financiamento de campanha entram em jogo muitos interesses que depois
mandam a fatura", disse. "Evidentemente esse é um ideal, porque
sempre é preciso dinheiro para manifestos, para a televisão. Em todo caso, que
seja um financiamento público. Desta forma eu, cidadão, sei que financio este
candidato com esta determinada quantia de dinheiro. Que tudo seja transparente
e limpo".
A declaração sobre um assunto delicado foi muito
mais abrangente do que o exigido pela pergunta, que questionava o que o papa
recomendaria aos políticos argentinos neste ano de eleições presidenciais. A
entrevista foi para a revista La Cárcova News, uma publicação de
jovens de uma populosa comunidade na periferia da grande Buenos Aires - região
bem conhecida do ex-arcebispo local.
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Francisco também pediu uma "plataforma
eleitoral clara" dos candidatos e voltou a tocar em um tema que já lhe
causou dor de cabeça: a questão das drogas na Argentina. Em fevereiro, o papa
falou sobre o crescimento do narcotráfico em seu país de origem, expressando
seu desejo de que ainda houvesse tempo para "evitar a mexicanização".
Depois disso, teve de se retratar com as autoridades do México.
Na nova entrevista, mencionou a produção de
entorpecentes na Argentina. "Há países que já são escravos da droga. Há
países ou áreas onde tudo está sob o domínio da droga. Com relação à Argentina,
só posso dizer isso: há 25 anos era país de trânsito, hoje em dia, é onde se
consome a droga. E eu não tenho certeza, mas acredito que também se
fabrica".
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Medo da dor - O
pontífice também admitiu ter medo da dor física ao ser questionado a respeito de
notícias de que 'fanáticos' querem matá-lo. "Nossa vida está nas mãos de
Deus. Eu disse ao Senhor: Tome conta de mim. Mas se for da sua vontade que eu
morra ou que alguém faça algo comigo, eu peço apenas uma coisa: que isso não me
machuque, porque sou muito covarde quando se trata de dor física".
No final do ano passado surgiram informações de que
o serviço secreto italiano havia identificado uma ameaça terrorista do Estado
Islâmico contra o papa Francisco, que poderia ser alvo de um atentado. Asegurança no Vaticano foi reforçada.
Durante uma visita do pontífice a Manila, em janeiro, houve rumores de que
militares filipinos teriam frustrado um ataque terrorista - o que foi negado
pelo Vaticano.
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