Papa Franciso chega ao Brasil na segunda-feira (29) (Foto: AP Photo/Riccardo De Luca)
O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, negou nesta
quarta-feira (17), em conversa com jornalistas, que será modificado o
roteiro do papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude, no Rio
de Janeiro, de 23 a 28 deste mês. Lombardi disse que o Vaticano
acompanha os protestos no Brasil. Observou que as manifestações não são
contra o papa nem contra sua visita ao país. O porta-voz destacou que o
Vaticano tem “confiança total” no esquema de segurança organizado para
Francisco.
“Temos confiança total, como sempre, na capacidade das autoridades para
lidar com essas situações”, disse o porta-voz. “Estamos em total
tranquilidade. Sabemos que esses eventos [protestos] não tem nada de
específico contra o papa e a Igreja, então vamos para esse encontro [a
jornada] com grande serenidade e com certeza será uma grande
oportunidade", disse Lombardi.
O papa chega ao Brasil na próxima segunda-feira (22) e retorna no dia
29, segundo Lombardi. É a primeira viagem internacional de Francisco
desde que assumiu o pontificado, em 13 de março. "É uma jornada
particularmente significativa”, disse o porta-voz. "Naturalmente há um
tom muito especial de expectativa e participação”, afirmou ele,
lembrando que Bento XVI que anunciou o Rio de Janeiro como sede para a
Jornada Mundial da Juventude.
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Lombardi confirmou a agenda de atividades do papa no Brasil que passará
um dia em Aparecida (no interior de São Paulo) e celebrará missa no
local. A programação de Francisco é intensa: visita aos moradores da
Comunidade da Varginha, conversa com presos e bênção para os doentes de
uma instituição mantida por doações. O porta-voz disse que Francisco
deverá usar tanto carro aberto como também fechado durante os
deslocamentos que fará no país. Segundo ele, os automóveis ficarão à
disposição do papa.
Segurança
Há dois dias, o Sistema Brasileiro de Inteligência do governo federal
atua em regime de plantão mapeando potenciais riscos durante os grandes
eventos realizados no país, como a Copa das Confederações, encerrada no
fim de junho, e a Jornada Mundial da Juventude. Um painel digital, no
Centro de Inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin),
mostra os dados atualizados sobre as “fontes de ameaça” e sua tendência.
Pelo trabalho dos peritos, os fatores considerados de ameaça são
incidentes de trânsito, crime organizado, organizações terroristas,
criminalidade comum, movimentos que fazem reivindicações e grupos de
pressão. No Rio de Janeiro, onde ocorre a maior parte dos eventos da
jornada, o painel da Abin indicava nesta terça-feira (16) um fator com
alerta vermelho: o de grupos de pressão, que abrangem movimentos
espontâneos, sem hierarquia.
Movimentos que lideram manifestações e a criminalidade comum apareciam
como nível médio, em alerta laranja, dentro da normalidade. Incidentes
de trânsito, crime organizado e organizações terroristas têm nível baixo
de ameaça, representado pela cor verde. O ministro do Gabinete de
Segurança Institucional (GSI), general José Elito Siqueira, disse que
foram feitas análises sobre o tema com um ano de antecedência.
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